Como as crianças pequenas de hoje se relacionarão com os objetos no futuro? Qual o papel que as coisas do cotidiano terão na vida delas?

Tudo indica que as crianças nascidas a partir de 2010 – a Geração Alpha – provavelmente terão uma adolescência bem diferente no que se refere ao mundo das coisas…

A medida que os computadores se transformam ao longo do tempo, eles deixam de ser um objeto concreto que pode ficar em cima da mesa ou no colo das pessoas para se tornarem quase imperceptíveis no nosso dia a dia.

Em um futuro próximo os objetos do cotidiano serão computadores. Eles terão acesso à internet. E se comunicarão uns com os outros. E terão informações sobre nossos hábitos de comportamento e consumo. E ainda se comunicarão com a gente.

Parece filme de ficção científica, mas não é.

Bem vindos à Internet das Coisas.

Ela integra os objetos do nosso cotidiano através da internet, permitindo que aparelhos diversos se comuniquem uns com os outros usando várias tecnologias ao mesmo tempo: sensores, redes sem fio, rádio frequência…

Apesar da Internet das Coisas não ser um conceito tão novo, ela ainda está engatinhando comparado ao seu potencial de crescimento. Mas, a previsão é de que 2014 seja um ano de investimentos pesados nesta área por parte de grandes empresas e governos em vários países do mundo.

Um exemplo de como esta rede de objetos interligados já está começando a ser aplicada na realidade é em casa. Eletrodomésticos e equipamentos eletrônicos podem ser controlados à distância, possibilitando que todo o funcionamento doméstico seja monitorado e ajustado para manter um uso mais sustentável e adequado ao estilo de vida de cada família.

As tecnologias vestíveis também entram no hall da Internet das Coisas: aparelhos que monitoram as reações corporais dos bebês e mandam informações via celular para os pais, tênis com sensores que mapeiam a corrida, enviam os dados para o Ipod e ainda compartilham estas informações em redes sociais ,…

Um lançamento super recente é o FILIP– um relógio voltado para crianças de 4 a 11 anos. Através de uma interpretação diferente do GPS, celular e tecnologia WI-FI, o relógio permite que pais liguem e mandem mensagens para os seus filhos, vejam onde eles estão, estabeleçam zonas de segurança e acessem medidas de emergência.

Outro produto voltado para crianças é o MessagePetz– ursinho de pelúcia com tecnologia wi-fi que permite o envio e recebimento de mensagens de texto. Assim, o MessagePetz conecta pais e filhos que precisam estar afastados por algum motivo.

O impacto social que a Internet das Coisas pode ter é enorme e profundo.

Segundo o relatório da Cisco, uma das mais importantes empresas de tecnologia e comunicação, a Internet das Coisas vai mudar a relação das empresas com seus consumidores, influenciará todo o processo industrial, criará serviços mais eficazes na área da saúde, abrirá mais possibilidades na educação e muito mais.

A Cisco prevê que até 2020 cinquenta bilhões de objetos estarão conectados globalmente, oferecendo soluções mais inteligentes para o nosso dia a dia.

A matéria do Estadão divulgou o painel “Telepatia Digital: onde tudo se conecta”, que aconteceu em março de 2013 em Austin, EUA. Neste evento pesquisadores e profissionais da área de internet discutiram o futuro onde as pessoas e os objetos se comunicam de maneira nunca antes vista.

“Em um futuro próximo, sociedades inteiras atuarão baseadas na chamada telepatia digital, ou seja, na interligação eficiente entre pessoas e objetos, objetos entre eles e pessoas, claro, entre elas. Por exemplo, em alguns anos, sua geladeira, tecnologicamente adaptada, mandará uma mensagem de texto para o seu carro, lembrando-o de passar no supermercado para comprar leite. Para falar a verdade, a maioria dessas tecnologias já existem e não deve demorar para que cheguem aos mercados de consumo em massa.”

É claro que ainda existem muito desafios para que a Internet das Coisas seja implementada em larga escala, principalmente com relação à infraestrutura de banda larga.

Talvez o mais importante em todo este cenário seja a questão da segurança e privacidade. Junto com a evolução tecnológica deve acontecer também uma educação para cidadania digital. Programas e serviços que informem, orientem e protejam as futuras gerações.

Percebendo a importância de iniciar as crianças no universo da Internet das Coisas , a engenheira do MIT, Ayah Bdeir, criou o LittleBits. Uma série de kits coloridos com peças magnéticas eletrônicas que permitem a criação de relógios, carros, brinquedos,… Estes kits estimulam as novas gerações (e os adultos também!) a inventar, a criar algo e a entender como funciona a rede interligada de objetos.

LittleBits é vencedor de mais de 20 prêmios e faz parte da coleção do Museu de Arte Moderna (MoMA) em Nova Iorque.

Conheçam o LittleBits e preparem seus filhos para um novo mundo…

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