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Afinal, os aplicativos infantis são úteis para o desenvolvimento infantil? A revista Veja Rio me convidou para um bate papo sobre este tema tão importante no mundo de hoje.

Acesse o link da matéria aqui ou leia a entrevista abaixo:

“Especialista recomenda aplicativos destinados às crianças: Educativos e divertidos! Fernanda Furia indicou os melhores aplicativos para diferentes idades e ainda bateu um papo com VEJA RIO sobre a relação dos pequenos com o mundo digital

O advento tecnológico conecta as crianças cada vez mais cedo. Para ajudar os pais na seleção de conteúdo on-line, consultamos a mestre em Psicologia de Crianças e Adolescentes pela University College London Fernanda Furia, que indicou os melhores aplicativos educativos para diferentes idades e ainda bateu um papo com VEJA RIO sobre a relação dos pequenos com o mundo digital.

VEJA RIO: Crianças e internet: essa é uma boa combinação?

FERNANDA: Crianças e Internet podem ser tanto uma boa quanto uma péssima combinação. Depende muito da idade da criança, da quantidade de exposição tecnológica, da segurança dos sites que são visitados e da quantidade de propaganda e de estímulos à compra embutidos nos jogos. Podem ser uma ótima combinação quando a internet e a tecnologia são usadas para estimular o contato com outras pessoas e para incentivar a curiosidade, a criatividade e a atividade física de uma criança. Mas, é uma péssima combinação quando elas são usadas como babás eletrônicas enquanto os adultos se desconectam dos filhos por longos períodos, quando as crianças acabam tendo acesso à conteúdos inapropriados para a idade e quando há um risco de exposição excessiva e de contato com desconhecidos.”

VEJA RIO: Existe uma idade mínima para começar a usar o celular/ipad?

FERNANDA: Se pensarmos na primeiríssima infância, ou seja, nas crianças de 0 a 3 anos, os cuidados com relação à tecnologia e à internet devem ser bem maiores. Nesta faixa etária, quanto menos tecnologia melhor. É sempre importante nos perguntarmos para quê está servindo este aplicativo ou jogo na vida de uma criança pequena? O ideal é que o contato com eletrônicos e com a internet seja evitado antes dos dois anos de idade. A medida em que ela cresce, podemos introduzir aos poucos os recursos tecnológicos que temos disponíveis hoje para o entretenimento e o desenvolvimento das crianças. Excessos podem desencadear problemas de atenção, distúrbios alimentares e dificuldades de aprendizagem.

VEJA RIO: E se o pequeno ficar viciado? O que fazer?

FERNANDA: O vício na internet durante a infância é um assunto sério e ainda pouco falado na mídia. É cada vez mais comum vermos crianças de 4 ou 5 anos já com alguns sintomas que indicam dependência pelas tecnologias. Por exemplo, irritação se ficar muito tempo sem contato com o celular, preferência predominante por jogar no tablet ao invés de brincar com os amigos, dificuldade de parar de jogar e falta de interesse por outras atividades são sinais de alerta. Vivemos em uma era digital e isso não tem volta. Precisamos abraçar o avanço tecnológico, refletir sobre ele e agir no sentido de integrar as novas tecnologias às reais necessidades das crianças. O vício pela internet e pelas tecnologias na infância não é um problema só da criança, mas da família. Por isso, é necessário que a família inteira desenvolva uma “reeducação digital”, assim como em casos de excesso de peso que se recomenda uma reeducação alimentar.

VEJA RIO: Os aplicativos podem ajudar na formação da criança?

FERNANDA: Sim, os aplicativos podem ajudar na formação da criança se houver adultos que supervisionem e se envolvam com a vida digital dos filhos. Bons aplicativos infantis são intuitivos, fáceis de usar e estimulam uma posição mais ativa da criança para criar e controlar a própria brincadeira. Hoje em dia existe uma infinidade de opções de jogos para crianças com diferentes finalidades. Encontramos games que têm um foco somente no entretenimento, outros que ajudam a criança a cuidar da própria higiene e da saúde, vários que enfatizam o aprendizado acadêmico como alfabetização, leitura, matemática e até alguns que promovem o desenvolvimento global de crianças com necessidades especiais, como autistas, por exemplo.

ALGUNS APLICATIVOS SUGERIDOS: 

– TOCA BOCA: Apesar de ser em inglês, para as crianças que não sabem ler, isso não é um problema. O aplicativo reúne vários jogos que desenvolvem algumas competências necessárias para se dar bem no século 21: criatividade, colaboração e resolução de problemas.

– SAGO MINI: São vários jogos que estimulam a curiosidade e experimentação. Não tem propagandas nem compras dentro do aplicativo. Um das opções é o Doodlecast, onde a criança pode, ao mesmo que a criança desenha, gravar a própria voz.

– ILUSTRANDO A HISTÓRIA:
Aplicativo que adiciona conhecimentos culturais geral, estimulando o conhecimento sobre a vida de personagens que mudaram o mundo. O objetivo é inspirar as crianças a vencer obstáculos e perceber que elas mesmas são capazes de alcançar grandes realizações.

– MPBABY: A plataforma traz vários vídeos de cantigas infantis tradicionais brasileiras. O app traz os personagens do MPBaby que vivem em um colorido jardim, onde brincam e aprendem uns com os outros.

– THE BEET PARTY: Através de aventuras musicais que exploram a vida de cinco legumes que vivem na geladeira, as crianças aprendem sobre valores como respeito, aceitação, inclusão, incentivo, trabalho em equipe e compartilhamento.

– MUSIC SPARKLES: Coleção de 14 instrumentos bem interativos e reais em uma só plataforma. Desenvolve habilidades e estimula uma cultura musical.

– A TURMA DO SEU LOBATO: Jogos e músicas inspiradas nos personagens de Monteiro Lobato. Estimula a conscientização sobre preservação ambiental e sustentabilidade.”