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Vocês já repararam que à medida que uma criança vai passando de ano na escola aquela sala de aula colorida, alegre e versátil se transforma, assim como num passe de mágica, em um espaço mais sério, sem cor e rígido?

Para onde vão a magia e a flexibilidade dos espaços infantis que tanto favorecem a criatividade e a interação?

A transição da pré-escola para o ensino fundamental é um momento bastante delicado para muitas crianças e pais. E esta transformação no design da sala de aula de um modelo lúdico para um formato tradicional tem um impacto negativo na adaptação das crianças nesta nova fase escolar.

O modelo das mesas e cadeiras enfileiradas e sem nenhuma mobilidade não faz mais sentido no mundo atual. Infelizmente, ainda é o que encontramos nas escolas brasileiras, principalmente no ensino médio, período com altos índices de indisciplina e violência em sala de aula e de maior evasão escolar no Brasil.

Este formato tradicional de sala tem sido cada vez mais rejeitado e questionado por várias escolas ao redor do mundo. Por exemplo, em junho de 2015 a Universidade de Harvard realizou o evento “Learning Spaces Week” (Semana dos Espaços de Aprendizado) quando dedicou uma semana inteira focada na discussão do tema do impacto dos espaços físicos na aprendizagem e nas salas de aula do futuro.

Escolas inovadoras estão revolucionando os formatos tradicionais de ensino e, consequentemente, transformando a sala de aula para que ela fique condizente com as necessidades das novas gerações e com os desafios do século 21.

Sabem como? Através da “sala de aula flexível”, um espaço físico que oferece uma variedade de “mini espaços” que estimulam o aluno a escolher como ele quer estudar em diferentes momentos do período escolar. Móveis modulares e com rodízios, sofás, cadeiras variadas, standing chairs (cadeiras em pé), cantos individuais, tapetes que estimulem os alunos a sentar no chão, espaço maker, etc…

Enfim, é um ambiente mais descontraído e aconchegante que estimula o aluno a sair da posição passiva para interagir e se movimentar mais em sala de aula.

Este conceito está sendo bastante utilizado para adequar os espaços de aprendizado e gerar os seguintes impactos:

–  engajar mais os estudantes e os professores
–  promover mais interação
–  personalizar a experiência de aprendizado
–  estimular a educação “mão na massa”
–  diminuir os índices de evasão escolar
–  aumentar a concentração
–  desenvolver competências socioemocionais

Um exemplo bacana de escola que já incorporou este modelo é a  Albemarle County Public School nos Estados Unidos. Veja o vídeo da escola e conheça melhor uma sala de aula flexível.

Imagem: Hartland South Elementary School- EUA