Vítima constante de inundações, a Nigéria sofre de várias formas.
Mas uma delas corta o coração e atinge a jugular de uma nação inteira: a falta de oportunidade de estudar em condições minimamente adequadas.
Lá as crianças ficam constantemente sem poder ir para a escola por conta das sucessivas enchentes que inundam os colégios.
Sensibilizado por esta tragédia o arquiteto nigeriano Kunlé Adeyemi, fundador do estúdio NLÉ, teve uma idéia simples e genial: criou a Makoko Floating School.
Uma escola flutuante.
Metade edifício, metade barco, a estrutura criada pelo arquiteto serve como um porto seguro escolar para a pobre região de Makoko em Lagos.
“De várias formas Makoko representa um dos mais críticos desafios impostos pela urbanização e pelas mudanças climáticas na costa africana. Ao mesmo tempo, ela também inspira soluções alternativas e possíveis para a recuperação da região” (tradução livre) – Kunlé Adeyemi
O estúdio NLÉ desenvolveu a escola Makoko para acomodar até 100 pessoas mesmo em condições climáticas hostis. Ela é usada principalmente como uma escola, mas pode também ser utilizada como clínica, mercado, espaço de evento, etc.
Por isso, a escola flutuante é um protótipo para que outras instalações como esta sirvam de serviços comunitários para atender às demandas da população local.
O primeiro andar é um espaço para brincar, o andar do meio acomoda até quatro salas de aula e o andar superior tem um espaço para atividades em grupo. Uma escada na lateral integra os três níveis.
A escola foi projetada para ser autossuficiente. Sistema solar, arrecadação natural de água para ser usada nos banheiros, material local e barris de plástico tornam a estrutura um exemplo de solução sustentável e de alto impacto social.
O projeto foi um dos candidatos ao prêmio Design of the Year 2014 organizado pelo Design Museum em Londres.
Merecido. Vejam as fotos.