Um dos temas mais polêmicos no universo de pais e professores atualmente é a influência da tecnologia no dia a dia das crianças e adolescentes.
Qual é o tempo ideal de uso de eletrônicos por dia? Com quantos anos uma criança pode ganhar um tablet ou um smartphone? É bom liberar o uso de celular em sala de aula? Afinal, a tecnologia faz bem ou faz mal à saúde das novas gerações?
Muitas perguntas. Poucas respostas. Nenhuma receita.
Hoje as dúvidas em torno do excesso do uso da tecnologia pelas crianças são, na verdade, a ponta do iceberg de uma situação social muito mais ampla e complexa.
Os tablets, celulares e video games mantêm as novas gerações entretidas e se tornam aliados dos pais exaustos.
Mas, afinal de contas, porque muitos pais e mães andam tão cansados?
Por várias razões:
– Porque hoje eles têm menos ajuda para cuidar dos filhos. Antigamente, crianças brincavam entre elas por horas nas ruas em segurança e existia uma rede mais acolhedora entre os vizinhos
– Porque a maioria dos avós está menos disponíveis atualmente
– Porque a cobrança para as mulheres trabalharem é muito maior hoje do que há tempos atrás.
– Porque grande parte das mães faz jornada dupla de trabalho fora e dentro de casa
– Porque as opções de boas escolas e creches em período integral públicas e privadas são poucas e/ou caras.
– Porque a mão de obra de babás e empregadas está se transformando, encarecendo e migrando para outras áreas.
– Porque as empresas raramente oferecem opções de trabalho em meio período para os pais. E, mesmo quando elas permitem este modelo, dificilmente promovem estes profissionais.
– Porque as grandes cidades estão cada vez mais perigosas, caras e com condições de deslocamento hostis.
– Porque o excesso de informação e de novas tecnologias está assustando os pais que se sentem impotentes diante de tantas opções
– Porque falta tempo
– Finalmente, porque ter um filho no mundo de hoje representa muito mais preocupação, gasto e angústia do que no tempo de nossos avós.
Tudo isso cansa. E muito!
Ao mesmo tempo em que estes questionamentos povoam a mente e inquietam os corações dos pais, os especialistas em desenvolvimento de crianças e a indústria do entretenimento infantil (que movimenta fortunas!) tentam entender o impacto da tecnologia na vida das novas gerações e mapear as tendências de comportamento nesta área.
Um exemplo disso é o estudo feito entre 2009 e 2014 pela empresa britânica de marketing SuperAwesome sobre os hábitos das crianças inglesas de 4 a 14 anos. Foram analisados os seguintes aspectos: interação social, o uso de celular e de jogos.
Os resultados foram apresentados no infográfico “The Difference 5 years makes…” (A diferença que faz 5 anos…). Alguns pontos chamam atenção:
– 62% das crianças encontram seus amigos com menos freqüência hoje do que em 2009
– as conversas online acontecem mais pelo celular e são bem mais frequentes hoje em dia
– Em 2013 24% das crianças de 4 a 6 anos pediram um Ipad de presente de Natal contra 2% em 2009, ano de lançamento deste tablet.
– Hoje é 3 vezes mais provável que uma criança de 8 anos tenha um smartphone
– As crianças de 2014 são mais criadoras do que consumidoras. Brinquedos como Lego e Minecraft lideram o mercado de entretenimento.
Veja o infográfico completo da SuperAwesome no link abaixo:
http://pt.scribd.com/doc/221458416/Kids-Trends-2009-vs-2014